Este texto do Jorge eu não consegui publicar. Mas compartilho com vocês o conhecimento:
Viva a diferença
O que significa ser diferente? Para o escritor
norte-americano Henry Thoreau, se um homem marcha com um passo diferente dos
seus companheiros, é porque ouve outro tambor.
O Brasil vive uma revolução democrática, que pulsa e coloca,
no palco central das políticas públicas, pessoas que, ao longo de toda nossa
história, estiveram completamente a margem da sociedade. É um fato que não
podemos negar.
Da mesma forma, destacamos que há ainda uma grande distância
entre ricos, pobres e miseráveis mas temas como igualdade racial; combate a
homofobia; gênero e acessibilidade, cada vez ampliam sua visibilidade no cenário
nacional.
Mas porque há, ainda, uma elite que insiste em desconhecer a
importância deste processo no país? Recentemente, a psicóloga Elizabeth Monteiro
ao falar sobre o caso do jovem do massacre na escola de Connecticut (EUA),
quando discorria sobre os conceitos de psicopatia e da síndrome de Asperger, um
tipo de autismo, criou confusão e mostrou desconhecimento.
A escritora Lya Luft, em edição recente da Veja, falou sobre
a educação inclusiva, política pedagógica de convivência entre pessoas com
deficiência e alunos regulares nas salas de aula. Conforme ela, "o politicamente
correto agora é a inclusão geral, significando também que crianças com
deficiência devem ser forçadas (na minha opinião) a frequentar escolas dos ditos
'normais' (também não gosto da palavra), muitas vezes não só perturbando a
turma, mas afligindo a criança, que tem de se adaptar e agir para além de seus
limites - dentro dos quais poderia se sentir bem, confortável e feliz".
O que estes dois casos nos dizem? Se, por um lado, começam a
ocorrer medidas, sejam elas afirmativas ou de garantia de direitos, buscando
essencialmente a igualdade de oportunidades, por outro lado, temos ainda setores
da mídia, respaldados obviamente por um modelo social, que expressam graves
preconceitos, negando as diferenças e o respeito á diversidade. Um país, para
ser legitimamente democrático, deve respeitar os direitos humanos e promover o
combate à intolerância. A questão é: qual o Brasil que queremos? E mais: que
papel teremos em sua construção? O politicamente correto incomoda porque ele
expressa a voz e exige os direitos de quem sempre foi excluído.
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