segunda-feira, 25 de março de 2013

Eu só acredito... vendo!

Quem é PcD e não teve dificuldade para sentar nos bancos preferenciais dos ônibus porque eles estão ocupados por quem não deveria estar lá? Atire a primeira pedra quem nunca passou por isso. Hoje em dia, principalmente são os jovens, que são muito folgados. O mais legal são as desculpas: "não vi", outras fingem que estão dormindo e os ipads e ipods com os fones de ouvidos são uma bela escapatória.
Eu sofro mais ainda com essa situação porque consigo acomodar as minhas pernas direitinho. Então, quem me vê sentado nos bancos preferenciais acha que sou mais um jovem malandro que está tirando o lugar dos velhinhos. Aliás, os idosos só faltam me fuzilar com o olhar. Mas não posso culpá-los. Afinal, eles não tem como perceber que sou deficiente. Neste caso, infelizmente os bons pagam pelos ruins. Um deficiente visual me contou que um amigo dele, também DV, estava sentado nos bancos preferenciais e uma senhora cismou que ele não tinha cegueira nenhuma e, portanto, não poderia estar ali. Detalhe: esse rapaz tem a facilidade de direcionar o rosto para quem está falando com ele e ainda guardou a bengala. Resultado: a senhora deu um tapa no rosto do rapaz.
Pois, a partir de agora em Porto Alegre, vigora uma lei que assegura que os quatro assentos que vem antes da catraca são de uso exclusivo de quem tem isenção: PcDs; idosos, além das gestantes; pessoas com crianças de colo e obesos.
Segundo o que li no noticiário, caberá aos motoristas e cobradores a exigência da correta utilização dos assentos. Caso a norma não seja cumprida, as empresas de ônibus podem ser autuadas com multa de até três salários mínimos.
Se for confirmado o mau uso dos assentos, a tripulação deverá solicitar a desocupação do banco. Em caso de recusa, o veículo poderá parar até a desocupação do assento, com possibilidade de solicitação do comparecimento da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), Brigada (Polícia) Militar ou deslocamento do veículo até a presença de um fiscal da empresa transportadora.
Como diria Silvio Santos, eu só acredito... vendo que essa lei pegará. Primeiro, porque quem comete essa infração é cara de pau mesmo. Segundo, porque quem tem direito de sentar nesses lugares, fica constrangido ou tem medo de exigir o seu direito (quando, na verdade, deveria ser o contrário: quem tem que ter vergonha é a pessoa que não poderia estar ali). Terceiro, porque nunca vi motorista ou cobrador se envolver nessa questão. Quarto, com o trânsito enlouquecido que temos hoje em dia, o motorista tendo que cumprir horário e o resto dos passageiros irritados porque querem chegar ao seu destino, duvido que o ônibus fique parado até a desocupação do lugar. Sempre lembrando que hoje a determinação já é clara: os assentos são preferenciais para esses grupos de pessoas. Ou seja, se elas precisarem, o banco é delas. Mais claro impossível. E nada disso funciona.
Gostaria muito de queimar a língua nessa questão mas acho difícil. De novo, a corda arrebentará do lado mais fraco. Precisaremos exigir o nosso direito e ainda é capaz de nos incomodarmos com os folgados. 

6 comentários:

  1. A falta de respeito e educação ainda impera ! Vou continuar defendendo a causa...sempre. Bjs e ótima matéria.

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    1. Obrigado,Desconhecido(ou Desconhecida). Precisamos mesmo.

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  2. A falta de humanidade tem aumentado, vejo isso por andar nas ruas.. a Individualidade está cada vez mais áspera entre as pessoas, beijo Gu, muito bom texto.

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  3. Sera que o brasileiro um dia aprende a consquitar seus direitos???
    Otima material Gustavo!

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